Crédito para pessoas físicas em alta
- Admin
- 5 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

O crédito no Brasil deve apresentar neste ano a primeira expansão real desde 2014, deixando para trás um período de profunda retração. Projeções apontam para um aumento no estoque total que de um pouco além de 2% quando descontamos a inflação, ou 6% em termos nominais.
O Banco Central prevê crescimento nominal de 3% para o estoque de crédito no país neste ano, abaixo da variação de 3,96% no IPCA prevista no Boletim Focus. O BC prevê um recuo de 2% no volume de operações com empresas enquanto o saldo de financiamento para às famílias deve crescer 7%.
"As famílias foram ajudadas pela queda da inflação e pela redução do desemprego, com impacto positivo no poder de compra", diz o economista João Morais, da Tendências Consultoria. Além disso, os bancos têm dado mais peso às linhas de pessoas físicas, inclusive diretamente atreladas ao consumo, que ficaram em segundo plano nos últimos anos. É o caso do financiamento de veículos, que voltou ao radar das instituições financeiras recentemente.
"Quem manteve o emprego está trocando de carro, comprando roupas e imóveis", afirmou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. É esse movimento que, segundo ele, vai chegar à taxa de investimento das empresas mais adiante.
Se por um lado a Selic mais baixa pode encorajar os clientes a tomar mais empréstimos, por outro ela pressiona a rentabilidade dos bancos. Diante disso, as instituições financeiras terão de se lançar mais no mercado de crédito. "Em 2018, os bancos já não vão ter tanto espaço para redução de despesas com provisões e, ao mesmo tempo, existe uma pressão generalizada da sociedade e das autoridades pela queda dos spreads. Eles vão precisar de volume para compensar isso", observa Morais.
A recente inclinação dos bancos para o crédito a pessoas físicas e pequenas e médias empresas também se deve a esse cenário de Selic em declínio. As operações com esses clientes costumam render margens mais elevadas que os negócios com grandes empresas, que em geral trabalham com taxas pós-fixadas e acompanham mais rapidamente a queda do juro básico.
Fonte: Valor Econômico
Comments